domingo, 11 de dezembro de 2011

Afasia de Condução e Afasia Global

Na afasia de Condução, a compreensão está relativamente preservada e a fala é fluente e espontânea. Existe, entretanto, incapacidade de repetir palavras corretamente.

Já a Afasia Global é a perda de todas as capacidades de linguagem : compreensão, fala, leitura e escrita, sendo causada geralmente por um infarto completo no território da artéria cerebral média esquerda; os pacientes, sendo assim,também apresentam geralmente hemiplegia direita (total perda de força do lado direito do corpo), além, de demência associada; o prognóstico é mais reservado.

Afasia de Wernicke

Caracteriza- se por dificuldade na compreensão da linguagem, a fala é fluente e faz pouco sentido. Essa síndrome é também denominada como afasia fluente, de recepção  ou sensorial. Diferente dos pacientes com afasia de Broca, os pacientes com essa síndrome começam a  falar espontaneamente, embora de modo vago, fugindo do objetivo da conversa.
Pode existir parafasias, isto é, uma palavra substituindo a outra, como chamar uma colher de garfo (parafasia bilateral) ou um som substituindo o outro, como chamar uma colher de mulher (parafasia  verbal); geralmente não apresentam fraqueza associada, os pacientes não se dão conta do seu déficit e a recuperação é mais difícil.

Afasia de Broca

Caracteriza-se por grande dificuldade em falar, porém, a compreensão da linguagem encontra-se preservada. Essa síndrome é também dita como afasia não-fluente de expressão ou motora: os pacientes conseguem executar normalmente a leitura silenciosa, mas a escrita está comprometida. Esses pacientes possuem, ainda, fraqueza na hemiface do membro superior direito (devido a proximidade das áreas afetadas pelo distúrbio circulatório). Os pacientes tem consciência do seu déficit e se deprimem com facilidade (frustração). Entretanto, o prognóstico é bom quanto a recuperação de parte da linguagem falada, embora sejam necessários meses para a realização de uma fala simples, abreviada, ainda que não fluente.

Distúrbios de Linguagem

AFASIA
A afasia é por si só a perda da capacidade e das habilidades de linguagem falada e escrita.
A comunicação pela linguagem falada é peculiar aos seres humanos, sendo diferencialmente localizada no hemisfério esquerdo e se correlacionando com assimetrias anatômicas (lobos frontal e temporal).
A afasia é um sintoma comum na neurologia clínica, muitas vezes como consequência de um acidente vascular cerebral cuja localização geralmente se dá junto a artéria cerebral média esquerda ou nos ramos junto á região do cérebro responsável pela linguagem. Outras podem ser causadas por infecções e manifestações degenerativas locais comprometendo a área especificada.
Existem peculiaridades que diferenciam as afasias e proporcionam ao médico uma determinação da topografia da região afetada, independente da causa.

sábado, 10 de dezembro de 2011

Manobra de Barré Membros Inferiores

Visa confirmar o déficit motor dos músculos flexores da perna sobre a coxa (flexores do joelho).
O paciente deita em D.V, realiza uma flexão das pernas, num ângulo de 90° e lhe é solicitado que mantenha a posição por 2 min.O teste será positivo quando a perna começar a oscilar ou cair (imediata ou progressivamente), evidenciando o déficit distal.


Manobra de Mingazzini para Membros Superiores

A manobra de Mingazzini verifica déficit motor da musculatura dos MMSS.
O paciente na posição sentada ou em pé, estende os MMSS, afasta os dedos, com a mão pronada lhe é solicitado que mantenha a posição por 2 min. O teste será positivo se houver um membro parético que oscilará e abaixará de forma lenta e progressiva.

Manobra de Mingazzini para Membros Inferiores

Manobra de Mingazzini verifica déficit motor da musculatura dos MMII.
O paciente é posto em D.D, com as coxas e as pernas fletidas em 90º, então solicita ao mesmo que mantenha a posição por 2 min. O teste será positivo se o paciente não conseguir manter a posição, cair ou oscilar. Na perna o déficit é do quadríceps e na coxa o déficit é do psoas.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Exame de Marcha Anormal

Marchas nas Lesões Piramidais - Lesões do Neurônio Motor Superior - Marchas Espásticas

Marcha Ceifante ou Helicópode
(Hemiplegias espásticas)
Membro inferior em extensão e o pé em leve eqüino. O membro inferior se torna rígido e aparentemente maior que o oposto. Circundução ao redor da coxa, como se ceifasse a terra (marcha ponto e vírgula) Membro superior em flexão, rotação interna, adução, unido ao tronco, e o antebraço, ligeiramente flexionado em pronação, dedos fletidos

Marcha em Tesoura
Paralisia cerebral Além da hipertonia extensora dos membros pélvicos, há acentuado hipertonia dos músculos adutores, fazendo com que as coxas se unam e os membros inferiores se cruzem para o lado oposto, conferindo à deambulação alternância cruzada em cada passo.

 Marcha Digitígrada
Verificada quando há hipertonia, sobretudo do triceps sural. A marcha se faz na ponta dos pés, marcha de bailarina

MARCHAS NAS AFECÇÕES EXTRAPIRAMIDAIS

Marcha Parkinsoniana
Marcha em bloco, pois o paciente encontra-se rígido. A rigidez muscular generalizada torna difícil o início da marcha, dando a impressão de que o enfermo se acha preso ao solo. Às vezes, só após algumas tentativas consegue iniciar a marcha, que se realiza em passos curtos, com a cabeça e o tórax inclinados para frente (bradicinesia). Antebraços e os joelhos rígidos em discreta flexão. Não há o balanço dos braços como na marcha normal.

Marcha Ebriosa ou Atáxica Cerebelar
Quando há lesão cerebelar, o paciente aumenta a base de sustentação para poder ficar de pé, já que muitas vezes é até impossível esta posição. Pode haver oscilações para os lados e tendência a quedas (ziguezague).
É difícil a marcha em linha reta, pois há desvio de marcha para o lado do hemisfério lesionado, e o enfermo, tentando compensar este erro, desvia para o lado oposto A marcha é insegura, e os passos desordenados, o paciente caminha com as pernas afastadas uma da outra, levantando-as em excesso para em seguida projeta-las com energia no solo, tocando-o com o calcanhar.

Marcha Talonante ou Calcaneante
A marcha é insegura, e os passos desordenados, o paciente caminha com as pernas afastadas uma da outra, levantando-as em excesso para em seguida projeta-las com energia no solo, tocando-o com o calcanhar.

Marchas nas Lesões do Neurônio Motor Inferior: Marchas
Paréticas, Lesões Periféricas

Marcha Escarvante
Encontrada em lesões do nervo fibular comum, não permitindo dorsiflexão do pé (pé caído), em conseqüência, o paciente ao andar flete a coxa, eleva a perna e o pé cai. O bico do sapato toca no solo como se escavasse o mesmo, por isto seu nome "escarvante" ou stepage.

Marcha de Trendelemburg
Queda da pelve para o lado oposto, déficit de glúteo médio. Este tipo de marcha pode ser causado por várias lesões, como nas miopatias, luxação bilateral de quadril, polineuropatias.

Marcha Miopátïca ou Anserina
Nela, há oscilações da bacia, as pernas estão afastadas, há hiperlordose lombar, como se o paciente quisesse manter o corpo em equilíbrio, em posição ereta, apesar do déficit muscular. A inclinação do tronco para um lado e para o outro confere à marcha a semelhança da marcha de um ganso, daí o nome de marcha anserina. Este tipo de marcha pode ser encontrada em qualquer processo que cause fraqueza dos músculos pélvicos, como nas polineuropatias pseudomiopáticas, miosites e polimiosites.


Estudo da Marcha

Marcha

  • Movimento para frente do corpo ereto com a utilização dos membros inferiores para propulsão.
  • Sucessão de desequilíbrios controlados que resultam em progressão com segurança e economia de energia (Eficiência)
  • Deambulação:
Tipo de locomoção que envolve a utilização dos MMII da forma alternada com apoio e propulsão, com pelo menos um pé em contato com o solo.
Pouco gasto energético e varia de acordo com a idade, peso, altura, sexo...
Funções Motoras da Marcha:
Manutenção e sustentação do tronco durante o apoio (evitando colapso dos membros inferiores);
Manutenção da postura ereta e do equilíbrio do corpo;
Controle da trajetória do pé visando a passagem segura ao balanço e pouso suave para o apoio;
Geração de energia mecânica para manter o avanço;
Absorção de energia mecânica (absorver impacto ou controlar a progressão do corpo).


Ciclo da Marcha:
Passada:
Compreende a unidade funcional da marcha: desde o contato inicial do membro até o contato inicial seguinte do mesmo membro (calcanhar).

Padrão Médio:
  • Velocidade: 80m/min.
  • Cadência: 113 passos/min.
  • Comprim. da passada: 1,20 a 1,41 m
  • Apoio: 60%
  • Balanço: 40%
Fases da Marcha:

  • Fase de apoio ou acomodação de posição: Fase em que o membro permanece apoiado no chão
  • Fase de balanço ou Oscilação de posição: Fase em que o membro permanece suspenso

Fase de Apoio:
  • Permite a progressão enquanto mantém a estabilidade
  • 60%
  • Apoio do calcanhar/Contato inicial
  • Aplanamento do pé/ Resposta á carga
  • Acomodação intermediária/ Apoio médio
  • Impulsão do calcanhar/ Apoio terminal
  • Impulsão dos dedos/ Pré- balanço
Fase de Balanço:
  • Eleva o pé do solo, avança o membro no espaço e prepara para o próximo apoio
  • 40%
  • Balanço inicial (Aceleração)
  • Balanço Médio
  • Balanço Terminal (Desaceleração)